Primeiro momento da apresentação: o intuito foi fazer uma breve apresentação da mediadora e sinalizar que a formação clínica pelo Instituto desenvolveu muito a escuta nos aspectos práticos e teóricos. A mediadora é formada pela Universidade Veiga de Almeida em Psicologia, fez dois anos de estágio em Psicologia Clínica pelo Instituto Alétheia, onde desenvolveu a função de estagiária e monitora, desenvolvendo atividades de suporte aos estagiários, participação e mediando rodas de conversa e apresentações. Além do estágio, com o desenvolvimento dos atendimentos, ter sido monitora (com atividades de mediação e suporte as atividades do Instituto) fortaleceu a postura de escuta na parte clínica.
Apresentação da proposta para o encontro: a proposta foi justamente fazer um momento de troca, onde os membros pudessem conversar e pensar ferramentas que ajudariam na construção individual do terapeuta e do profissional que eles estavam investindo para ser. E o estágio seria o ponto de partida para esse desenvolvimento. Também foi visto com o grupo o que eles achavam dessa proposta de falarmos de escuta clínica. E todos se mostraram de acordo e abertos a participar.
Também foi sinalizado que no nosso modelo de encontro seria necessária a participação e a escuta de todos e que estavam convidados a participar para que o encontro fosse eficiente.
Na recepção do encontro, foi feito um momento de acolhimento justamente para ouvir os estagiários e saber um pouco das vivências deles. Como estava sendo esse início do estágio? Esse início poderia ser assustador por ser algo novo. E a proposta da imersão era dar um acolhimento nesse momento inicial.
Partido disso foi iniciada a reflexão:
1) O que é para você se colocar em um lugar de escuta?
Para dar continuidade a troca, a reflexão começou pelo lugar de escuta. Onde o terapeuta precisa ouvir muitas vezes o que o cliente não diz, mas comunica de diversas formas. Foi muito pontuado pelos membros e participantes o lugar de não saber do terapeuta, o lugar da pessoa que está aberta a descobrir o mundo do cliente, suas possibilidades.
2) Quais vivências você tem, ou quer ter, que podem ajudar na construção dessa escuta clínica?
Nesse ponto foi realizado um questionamento de quais vivências eles já haviam tido que poderiam lhes ajudar na construção da sua escuta. A ideia foi gerar uma reflexão no grupo, das riquezas que eles já tinham com eles, que poderiam ajuda-los nessa etapa do estágio. Cada um trouxe algo pessoal, alguns apresentaram vivências de situações que haviam passado que tinham lhes ajudado a ter mais sensibilidade, acolhimento com outras pessoas em situações de vulnerabilidade, por exemplo.
3) Como desenvolver uma postura de abertura?
Aqui foi pontuado que essa postura se trata justamente de um movimento que precisa ser feito pelo profissional e estudante de Psicologia para fazer contato com o mundo e com suas relações, que, justamente, se abrir para participar da imersão poderia ser considerado uma postura de abertura. Que não seria possível mais ser o mesmo após esse contato. Assim como na clínica, fazer contato com o cliente vai necessitar essa postura de diálogo e de interação, o que já é algo desenvolvido no estágio.
4) Vocês buscam se escutar? Como é isso para vocês?
Aqui houve bastante interação, foi um momento bem sensível com relatos pessoais de situações delicadas, mas que ajudaram no fortalecimento dessa escuta do outro, quando foi possível primeiro fazer uma escuta das próprias necessidades e anseios.
Nesse ponto, foi necessário muito acolhimento aos participantes e todos relataram o quanto estava sendo um espaço seguro para essas exposições.
5) Quais cuidados eu já tenho comigo ou quero ter para fortalecer a minha escuta?
Para o encerramento foi necessário sentir se o grupo tinha noção de quais cuidados são necessários para o profissional em formação ter consigo mesmo (estudo teórico, supervisão e terapia pessoal), uma vez que começar a atender significar construir uma nova relação e na relação com o cliente existem trocas que atravessam o profissional em formação. Se não houver esse cuidado com a própria escuta corre-se o risco de haver uma mistura com o cliente e dessa forma o trabalho não se desenvolve.
O encontro teve a participação calorosa dos estagiários novos e antigos. No geral todos contribuíram com exemplos e situações o que deixou o encontro bem leve e dinâmico. Foi interessante que durante a atividade os participantes foram se soltando e trazendo vivências pessoais, e relatando que se sentiram muito acolhidos. Teve momento de relatos de experiências pessoais mais sensíveis e precisei, além de acolher.
Bibliografia:
DUKER, Christian, THEBAS, Claudio. Capítulo 22: Cuidado ou controle. In: _________. O palhaço e o Psicanalista: como escutar os outros pode transformar vidas - São Paulo: Planeta Brasil, 2019.
HYCNER, Rich, JACOBS, Lynne. Capítulo 1: Abordagem dialógica. In: _____________. Relação e Cura em Gestalt-terapia. Summus Editorial. 1995.
Data de realização: 22 de março de 2023, às 10h.
Mediadora: Ediene Moreira da Silva CRP 05/71197
Supervisora: Isadora Santos CRP 05/55173
Contato: 21 983323293 E-mail: iisf.psi@hotmail.com Instagram: @isadorasantospsi
Revisado por: Kizie Pontes
Contato: 21 99668-1779 E-mail: kiziepontes@gmail.com Instagram: @kiziepontes